Por
Luan Scanferla
O convidado mais famoso da última edição
do Controversas foi o apresentador, comentarista e narrador esportivo Alex
Escobar, da TV Globo. Mais aguardado do que o bolo de chocolate do coffee break, o jornalista pôde contar
um pouco de sua carreira (antes e depois de se tornar jornalista) e
proporcionar muitas risadas e ótimas histórias aos presentes na sala Interartes
do IACS, no primeiro dia do evento (6/12).
Boas histórias e muitas risadas marcaram o bate bapo com Alex Escobar (Foto:Juliana Martins) |
Quem nunca o tinha visto de perto, foi
surpreendido pelo metro e (quase) noventa do apresentador. Também causou
espanto entre muitos estudantes a informação de que Escobar começou sua vida
profissional como comissário de bordo, aos vinte e poucos anos (ele brincou
dizendo que na época ainda tinha cabelo). Somente no ano 2000 ele começou a
trabalhar no rádio, graças ao incentivo de um amigo ficou admirado com a
qualidade das locuções que Escobar fazia durante os vôos de que participava.
Trajetória
Ao falar de si, Alex Escobar destacou sua
versatilidade e capacidade de improviso no ar, características adquiridas na
época de comissário e das experiências no rádio: “Eu não escrevo meus próprios
textos do Globo Esporte, mas estou sempre improvisando com o texto dos outros.
Quando estou no ar, tento ser o mais natural possível, como se eu estivesse
aqui conversando com vocês”.
Em uma resposta sobre a declaração aberta
de seu time de coração e o uso das redes sociais para a exposição de posições
ideológicas, Escobar explicou: “Sempre que vou postar algo em uma rede social,
eu me faço a seguinte pergunta: ‘será que eu falaria isso no ar?’. Porque, às
vezes, um comentário fora de hora causa um desgaste muito grande da sua
imagem.”
Antes de chegar à televisão, o fanático
torcedor do América, criado em Bangu, teve a proeza de ser o primeiro
apresentador do programa Rock Bola, transmitido pela Rádio Cidade. Por ser um
cara apaixonado por futebol e torcer para um clube querido pelos cariocas, ele
foi considerado a pessoa perfeita para mediar o acalorado debate do programa,
que contava com uma boa dose de clubismo dos seus integrantes. Após essa
primeira experiência, foi contratado em 2003 pelo canal por assinatura SporTV e
deu início à sua trajetória como comentarista esportivo.
Após rodar por alguns programas do canal,
ele chegou no final de 2010 ao Globo Esporte e se tornou presença marcante no almoço dos cariocas, com
seu jeitão “do povo”. No quadro “Cafezinho com Escobar”, ele vai às ruas
debater com as pessoas, sempre com um bom copo de café na mão. No entanto, se
engana quem acha que Escobar foi pioneiro nesse modelo de apresentar o
programa. Ele contou que a inspiração veio de um colega de emissora: “Eu surfei
essa onda do (Thiago) Leifert no Globo Esporte.”
Perspectivas
de Mercado
A conversa, que teve a mediação dos
estudantes de Jornalismo Matheus Maciel e Raphaela Fernandes, abordou as
perspectivas do mercado de jornalismo esportivo para quem está prestes a se
formar. Para a alegria dos presentes, Escobar mostrou ter uma visão, de certa
forma, otimista em relação às possibilidades no futuro. Para ele, o momento é
ruim economicamente para quase todas as áreas profissionais, mas há espaço para
quem se destaca: “O mercado é bom para quem é bom”, afirmou.
Mudança
de Estrutura da Globo
Escobar também comentou algumas
modificações relativamente recentes na cobertura de esportes do Grupo Globo. “O
esporte na Globo sempre foi vinculado ao jornalismo da própria Globo. Agora
isso é diferente, a Globo, o SporTV e o Globoesporte.com estão todos juntos.” Para
aqueles que sonham um dia poder trabalhar na empresa, ele deu uma declaração
animadora: “A Globo também tem carências profissionais.”
Quando perguntado sobre a aproximação do
jornalismo esportivo com o gênero entretenimento, ele deu detalhes sobre as
diretrizes da emissora: “O foco da Globo no esporte é o entretenimento, mas não
necessariamente com humor. O objetivo principal é prender a atenção do
espectador.” Em relação ao Globo Esporte, o apresentador completou: “O Globo
Esporte segue fazendo jornalismo, mas de uma maneira diferente. Com uma
linguagem e roupagem que aproxime as pessoas do futebol, mas não só pelo
futebol, e sim pela temática das reportagens.”
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